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  • Cris Diniz

Via Dupla, encontros e afetos.


Diário de Bordo |


Quando recebi o convite para fazer parte dessa rica troca, meu primeiro pensamento foi, “adoraria mas e minha agenda como está?”, e a resposta de Marcelo e Ângela foi tão acolhedora: “As datas pensemos juntos”. Assim senti qual seria o tom do 2º Via Dupla.


Em pouco tempo levantamos um festival internacional mediado pela tela, a cada contato com cada artista e equipe, pensando em cada ação eu sentia o amor que o Grupo Teatro Andante tem pelo encontro e pela troca. Caminhamos, conheci muitas pessoas que são referências para mim, todas acessíveis e disponíveis para a troca. Aprendi, troquei e entendi como estar em um evento como esse, potencializa nosso fazer artístico.


As mesas construíam uma dramaturgia, uma narrativa dialogando com a programação dos espetáculos. Como foram as estratégias para criar durante a pandemia, o teatro mediado pela tela, o repensar de festivais para acolher esses trabalhos, entender os famigerados algorítimos… Assim foi mais de um ano de pandemia e, portanto, não tinha como não trazer tais questões para nossas reuniões semanais, para a estética que se construía para um evento virtual.


Como manter o caloroso afeto dos festivais presencias, estando mediades por uma tela? Como sorrir em ato de resistência? Um passo de cada vez, caminhando com passos que nossas pernas conseguiam dar. Olhar para o lado, ver como nossos hermanes estão, acolher e ser acolhide, a cumplicidade no olhar atravessado por uma tela.


Passamos por quantos países sem sair de casa? Conhecemos quantos trabalhos sem precisar atravessar a rua? Esses dados são apenas dados, o que foi, apenas quem esteve sabe quão rico foi, por quantos caminhos criativos pudemos passear, fazer, existir como treateros! Descobertas e pontes virtuais construídas pelo afeto.


Como estão as vacinas por aí? Essa pergunta contém tantos significados… “Aqui já vacinei.” “Aqui ainda demora”. Dentro dessas respostas pensamos nas vidas que se foram e nas que ainda podem ser protegidas, pensamos em nossa profissão, pensamos em frequentar teatro e voltar a nos encontrar. Para existir a arte do encontro, artistas e públicos precisam estar vivos, precisamos existir, a vida precisa existir para que o teatro siga vivo… Como estão as vacinas por aí?


Um encontro político, um encontro onde as diversas estéticas emergentes do atual contexto, foram as protagonistas. Um encontro de afetos, lágrimas e sorrisos. Assim foi o 2º Via Dupla, um espaço de respiro em meio ao caos, os raios de sol que atravessaram as cinzas nuvens da tormenta quem em breve passará, assim foi o 2º Via Dupla.



Foto de capa: Cris Diniz_créditos_Caju




Foto site crisdiniz.com

Cris Diniz é Coordenadore Internacional do Corredor Latinoamericano de Teatro. Atualmente faz parte do GT de Gestão de Projetos da COOPINMINAS. Foi professore temporárie de Direção, Iluminação e Cenografia no Curso de graduação em Teatro da UFSJ em 2012, Prof Substitut. das cadeiras de Gestão Cultural e Visualidade da Cena na UFMG em 2018, uma das pessoas fundadoras do curso de Tecnologia da Cena do CEFART-Palácio das Artes. Atualmente é Coord. Internacional do Corredor Latinoamericano de Teatro - Brasil; Coord. Técnique dos festivais: FETO (Festival Estudantil de Teatro), Festival de Artes Cênicas de João Monlevade e une dos idealizadores e coordenadores do A-Mostra.Lab, Curta Dança, Curta Jovens Realizadores e Encontro Latinoamericano de Teatro de Grupo, estes três últimos também atua como curadore. Fez circulação do Sesc Palco Giratório como prod. executive da Cia 5 Cabeças em 2016 e Pigmalião em 2017. Hoje é também atore convidade da Cia Pierrot Lunar, iluminadore dos grupos Trampulim, Cia Negra de Teatro, Grupo Dos Dois; além de outros trabalhos com cinema, teatro, dança e performance. Nos processos criativos que participa, tem como fio condutor estético a dramaturgia visual e suas potencialidades.



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