Festival de Teatro de Caracas

Imagem: Fous de Brassin (França)

Desde 2010, Caracas desenvolve um projeto de reocupação e revitalização do hipercentro da cidade.

Degradado como outros das grandes cidades latino-americanas, o centro de Caracas passou por grandes reformas e implantação de praças, ruas para pedestres e a reabertura, reforma e dotação de equipamentos de 10 teatros na região, que hoje formam um complexo artístico e/ou um corredor cultural, buscando contribuir para afastar o grande mal da violência urbana que assola as metrópoles empobrecidas. Estas casas, todas de rua, funcionam durante todo o ano, voltadas para esta revalorização do centro como local de convivência e cidadania. E a arte está no centro da pauta. Há até mesmo uma decisão polêmica: os teatros devem estar constantemente abertos e permitirem a entrada de público mesmo durante os espetáculos. Isto se deve à proposição de que as pessoas precisam se reapropriar desses espaços e por isso eles deve prezar em serem o mais acolhedores possível.

Pudemos ver estas propostas em funcionamento no Festival de Teatro de Caracas: teatros lotados, longas e animadas filas, público caloroso!

Farta programação, com 14 países presentes e mais de uma centena de espetáculos da própria Venezuela. A Argentina foi o país convidado e por isso levou cinco obras e uma comitiva governamental que esteve presente fazendo as honras e acompanhando a mostra.

Apesar da Fundarte, órgão municipal responsável pela organização do festival, ter sofrido um incêndio poucas semanas antes da data previamente marcada para o evento, obrigando-os a um adiamento, o que obviamente resultou em alguns cancelamentos artísticos, o vento finalmente soprou favorável, afastou as chamas e permitiu que o festival fosse realizado.

Em reunião com o embaixador brasileiro em Caracas, que inclusive prestigiou o espetáculo brasileiro presente, o Observatório levantou a ideia de propor ao festival que o Brasil seja o convidado para a próxima edição. Vamos trabalhar!!